top of page

Sobre Chaya Vazquez

Texto por Lucas Buzzatti

Chaya é batuque, tambor, improviso. É clown, cena, palco. É trilha sonora, imagem, produção. É meditação, luz e força. É do mundo. Argentina, brasileira, latina e paraguaia. Mulher, mãe, guerreira. Um ser em movimento, que resiste, transgride e se reinventa. 

 

Nascida em Buenos Aires, formou-se em cinema em sua cidade natal e veio para o Brasil em 2001, buscando estudar música e se reinventar pessoal e profissionalmente. No Espaço Cultural Gonguê, conheceu dois grupos que seriam essenciais na sua jornada: o Trovão das Minas e o Trampulim.

 

Com o primeiro, se apaixonou pela cultura popular brasileira através do maracatu de baque virado, cuja batida roubou seu coração, abrindo um universo de pesquisa afrolatina. Durante e depois da experiência de 12 anos com o Trovão das Minas, à época coordenado pelo percussionista e mentor Lenis Rino, Chaya estudou e compartilhou com Mestres como Gal Duval, Santiago Reyther, Bill Lucas, Matheus Bahiense, Alcione Oliveira, Daniela Ramos, Rafael Leite, Uakti, Naná Vasconcelos, Walter Ferreira de França, Walter Jr., Pitoco e Thiaguinho de Recife,  Jozé Izquierdo, Babara Bangoura (Stage Camp), Sekouba Oularé (Stage Camp), Santiago Vazquez, Alejandro Oliva, Jenn do Tambó e Orito Cantora, entre outros.

 

Com o Trampulim, ganhou uma nova família e se encontrou com o clown. Nas oficinas do Trovão Das Minas, conheceu a família Morales, que a deu abrigo até que conseguisse seguir seu próprio caminho. Adriana, Aline, Jabu, Gaspar Morales e seus adjacentes. Responsáveis diretos pelo reflorescimento de Chaya que, em 2005, passou a integrar a trupe. E segue no Trampulim até hoje.

 

Em 2009, vieram outros dois marcos na vida de Chaya Vazquez: o carnaval de rua de BH e o grupo percussivo de improviso Frito Na Hora, criado por ela e inspirado na linguagem de senhas da banda argentina La Bomba Del Tiempo. Encantada e inspirada pela energia da banda de percussão Elefante Groove, outra iniciativa de Lenis Rino, decidiu continuar os caminhos com uma orquestra percussiva que construísse o espetáculo de improviso e em tempo real, perante os olhos do público. Juntou música, improviso, cena e coragem. E deu cria ao Frito.

 

O movimento do carnaval começou nessa mesma época. Em 2009, regeu o seu primeiro bloco carnavalesco  de rua: o Bloco do Peixoto, que surgiu de um convite despretensioso do amigo Nian Pissolati. Desde então, é figura central do carnaval de BH, participando dos blocos Mamá Na Vaca, Blocomum, Tetê a Santa, Filhos de Tcha-Tcha, Manjericão, Bloco Da Alcova Libertina, Bloco da Praia da Estação e Cómo The Lhama?. Chaya também integra as bandas Orquesta Atípica de Lhamas, Fabulosa Banda Dionisíaca dos Libertinos e Chama o Síndico, todas derivadas de blocos de rua. Nesta caminhada juntou-se ao historiador e agitador cultural Guto Borges, e hoje diversos e importantes movimentos sociais têm espaço prioritário em sua vida. 

 

Pelas ruas e palcos da cidade, dividiu trabalhos com nomes como Luiz Gabriel Lopes, Laura Lopes, Thiakov, João Pires, Jabu Morales, Déa Trancoso, Milena Torres , Marcelo Veronez, Laura Catarina, Di Souza, Daniela Ramos, Matheus Bahiense, Rodrigo Magalhães, Fernando Monteiro, Claudia Manzo além de grupos como Orquestra Manufaturada (criada por ela junto à banda Dibigode), Pequena Morte, Iconili, Matipulia, Grupo Sarandeiros, N’Africa Cultura e Bloco Pata de Leão, Fabulosa Banda Dinonisíaca dos Libertinos, Orquestra Atípica de Lhamas, entre outros.

 

Em constante transformação, Chaya segue sua sina de emocionar e ser emocionada. “Me achei quando entendi que tenho a capacidade de compartilhar sorrisos e movimentos das pessoas. Sou feliz em compartilhar momentos de êxtase”, reflete a artista.

bottom of page